A escola desempenha um papel fundamental no apoio a alunos com diabetes, garantindo um ambiente seguro, inclusivo e preparado para as necessidades específicas desses estudantes. A colaboração entre família, equipe escolar e profissionais de saúde é a chave para o sucesso.
Do ponto de vista psicopedagógico e educacional, a abordagem deve focar tanto nos cuidados práticos de saúde quanto no bem-estar emocional e na inclusão social do aluno.
Principais Formas de Apoio da Escola:
1. Comunicação e Planejamento Conjunto:
- Diálogo Aberto: A primeira e mais crucial etapa é estabelecer uma comunicação clara entre os pais/responsáveis e a escola. Os pais devem informar a instituição sobre o diagnóstico, as particularidades do tratamento e as necessidades da criança.
- Plano de Cuidados Individualizado: É essencial criar um Plano de Gestão da Diabetes (PGD) para o aluno. Esse documento, elaborado em conjunto por pais, médicos e a escola, detalha as ações necessárias, como horários de medição de glicose, aplicação de insulina, alimentação e procedimentos em caso de emergência.
2. Capacitação da Equipe Escolar:
- Treinamento: Professores, coordenadores e outros funcionários devem receber treinamento para entender o que é o diabetes e como agir. Isso inclui saber reconhecer os sinais de hipoglicemia (baixo nível de açúcar) e hiperglicemia (alto nível de açúcar) e saber como proceder em cada caso.
- Supervisão e Apoio: Os educadores são importantes ferramentas de supervisão e apoio. Mesmo adolescentes que já gerenciam seu diabetes sozinhos podem precisar de ajuda, pois uma crise de hipoglicemia pode afetar o raciocínio.
3. Ambiente Inclusivo e Seguro:
- Não Exclusão: O aluno com diabetes não deve ser excluído de nenhuma atividade escolar, como passeios, festas e aulas de educação física. Essas atividades, no entanto, exigem um planejamento prévio em conjunto com a família.
- Apoio Psicológico e Combate ao Bullying: A escola deve promover um ambiente de empatia e respeito, educando os outros alunos sobre o diabetes para reduzir o estigma e prevenir o bullying. O acompanhamento não deve diferenciar a criança, evitando privilégios ou privações.
- Flexibilidade: O aluno precisa ter a liberdade de ir ao banheiro, beber água ou fazer um lanche quando necessário, pois são ações que ajudam a controlar os sintomas.
4. Direitos e Recursos:
- Direito à Matrícula: Nenhuma escola pode negar a matrícula de um aluno por ele ter diabetes.
- Alimentação Adequada: A escola deve, sempre que possível, oferecer uma alimentação adequada ou adaptar o cardápio para o aluno, conforme a dieta prescrita. Existem projetos de lei que buscam garantir esse direito nas redes de ensino.
- Profissional de Apoio: Em alguns casos, a justiça já garantiu o direito a um profissional de apoio para acompanhar a criança na escola, sem custo adicional para a família.
5. Procedimentos em Emergências:
- Hipoglicemia: A equipe deve saber identificar os sintomas (tremores, suor frio, tontura) e ter um "kit de hipoglicemia" com açúcar, mel ou suco para oferecer à criança.
- Hiperglicemia: Os sintomas incluem sede excessiva e vontade frequente de urinar. A conduta deve estar alinhada com o plano de cuidados.
Em resumo, a escola atua como uma extensão do cuidado, garantindo que o aluno com diabetes tenha as mesmas oportunidades de aprendizado e desenvolvimento social que seus colegas, com segurança e dignidade. A informação e a colaboração são as ferramentas mais importantes nesse processo.