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Burnout na Educação: Contribuições da Psicopedagogia para a Compreensão e Intervenção

O burnout, também conhecido como síndrome do esgotamento profissional, é um fenômeno psicológico resultante de exposição prolongada ao estresse crônico no ambiente de trabalho. No contexto educacional, especialmente entre orientadores pedagógicos, professores e coordenadores, o burnout tem se tornado cada vez mais frequente — e profundamente preocupante.

Sob a ótica psicopedagógica, o burnout não deve ser visto apenas como um problema individual, mas como um reflexo de relações desequilibradas entre o sujeito, o conhecimento e o meio. A psicopedagogia reconhece que o aprender (e o ensinar) ocorre dentro de um sistema relacional e afetivo. Quando esse sistema é constantemente pressionado por sobrecarga, desvalorização, falta de tempo e ausência de escuta, o sujeito-educador começa a desconectar-se de sua prática, de seus vínculos e, muitas vezes, de si mesmo.

Sinais de alerta do burnout educacional incluem:

  • Cansaço físico e mental persistente

  • Sentimentos de impotência, frustração e desmotivação

  • Distanciamento emocional em relação a alunos e colegas

  • Queda na qualidade das interações pedagógicas

  • Dificuldade de concentração, lapsos de memória e baixa autoestima

A psicopedagogia entende que o trabalho com o outro — especialmente no campo do cuidado e da orientação — exige não apenas técnica, mas também presença subjetiva e afetiva. Quando essa presença é esvaziada pelo excesso de demandas, pela falta de reconhecimento institucional ou pela ausência de rede de apoio, o risco de adoecimento aumenta.

Caminhos de enfrentamento sob a perspectiva psicopedagógica:

  1. Escuta e acolhimento institucional – Criar espaços de fala legítima para os profissionais da escola é fundamental. O simples ato de ser ouvido já atua preventivamente contra o esgotamento.

  2. Formação continuada humanizada – A formação não deve apenas focar em conteúdos ou resultados, mas também em promover reflexões sobre o papel, os limites e as potências do educador.

  3. Cultura do cuidado coletivo – Valorizar práticas de cuidado mútuo entre os membros da equipe, estimulando relações mais cooperativas e menos competitivas.

  4. Resgate do sentido do trabalho – Retomar o propósito da educação como transformação social e pessoal ajuda a reencantar o fazer pedagógico.

  5. Autoconhecimento e autocuidado – Estimular práticas de autoconsciência, regulação emocional e cuidado consigo mesmo como parte do processo formativo do educador.

Conclusão

O burnout é um sinal de alerta de que algo precisa mudar — não apenas na rotina individual, mas no funcionamento do sistema escolar como um todo. A psicopedagogia, com seu olhar interdisciplinar e integrador, nos convida a repensar as condições de trabalho, as relações interpessoais e o papel do educador para que possamos construir ambientes escolares mais saudáveis, afetivos e significativos.

 

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