Em qualquer ambiente escolar, a relação professor–aluno é um dos pilares para o aprendizado e para o desenvolvimento socioemocional das crianças e adolescentes. No entanto, nem sempre essa relação é harmoniosa. Há situações em que um grupo ou parte da turma demonstra não simpatizar ou não se identificar com o professor, o que pode gerar tensões, queda no rendimento e até conflitos velados.
Do ponto de vista psicopedagógico, é importante compreender que essa rejeição nem sempre está relacionada à competência técnica do docente, mas pode envolver questões subjetivas, experiências anteriores, estilo de comunicação ou expectativas divergentes.
1. Ouvir e compreender antes de agir
O primeiro passo é investigar as causas. O professor, com apoio da coordenação e, se possível, de um psicopedagogo escolar, pode buscar feedbacks respeitosos dos alunos. Escuta ativa, sem tom defensivo, é fundamental para compreender se as dificuldades vêm de metodologias, linguagem corporal, tom de voz, postura ou regras impostas.
2. Separar o pessoal do pedagógico
É importante que o professor não personalize a rejeição. Muitas vezes, a resistência está ligada a fatores externos, como mudanças de rotina, transição entre anos escolares ou comparações com docentes anteriores. O profissional deve manter a postura ética e equilibrada, evitando entrar em disputas de poder com os alunos.
3. Ajustar práticas e criar pontes
Pequenos ajustes na forma de conduzir a aula podem gerar grandes resultados: inserir dinâmicas participativas, relacionar o conteúdo com interesses dos estudantes, variar recursos didáticos e mostrar-se aberto a sugestões. Criar momentos de conversa franca e atividades colaborativas pode ajudar a reconstruir o vínculo.
4. Trabalhar as competências socioemocionais
Atividades que envolvam empatia, respeito e convivência ajudam a fortalecer a relação. Quando o aluno aprende a compreender diferentes perfis e estilos, amplia sua tolerância e capacidade de trabalhar com a diversidade.
5. Apoio institucional
A gestão escolar deve apoiar o professor, oferecendo supervisão, formações e momentos de troca entre docentes para compartilhar estratégias. O fortalecimento da equipe é essencial para que o professor não se sinta isolado diante da rejeição.
Conclusão
A relação entre professor e aluno é viva e dinâmica. Quando surgem sinais de distanciamento ou antipatia, é possível — e necessário — intervir de forma construtiva. Com escuta, ajustes e suporte, muitos vínculos podem ser ressignificados, favorecendo um ambiente escolar mais saudável e propício à aprendizagem.