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Dislalia e Disfasia: O Papel da Escola no Apoio à Comunicação dos Alunos

Para um psicopedagogo, entender as nuances dos transtornos de linguagem e fala é fundamental para apoiar o desenvolvimento integral da criança. No ambiente escolar, é comum que professores observem alunos com dificuldades na comunicação. Duas condições que frequentemente geram dúvidas são a dislalia e a disfasia. Embora ambas afetem a comunicação, suas naturezas e complexidades são distintas.

O que é Dislalia? O Transtorno da "Troca de Letras"

A dislalia é um distúrbio da fala, caracterizado pela dificuldade na articulação correta dos sons (fonemas). A criança sabe o que quer dizer, consegue estruturar a frase mentalmente, mas encontra um obstáculo na hora de produzir fisicamente certos sons. É o que popularmente conhecemos como "falar errado" ou "troca de letras".

  • Características Principais:
    • Trocas de fonemas: O exemplo clássico é trocar o /r/ pelo /l/, falando "balata" em vez de "barata".
    • Omissão: A criança pode omitir sons, dizendo "pato" em vez de "prato".
    • Acréscimo ou distorção: Pode adicionar ou distorcer sons, tornando a fala difícil de compreender.

A dislalia pode ser evolutiva, considerada normal até por volta dos 4 anos, pois a criança ainda está desenvolvendo seu aparelho fonador. No entanto, se os erros persistirem após essa idade, é um sinal de alerta. As causas podem ser funcionais (maus hábitos de articulação) ou orgânicas, como alterações na arcada dentária, "língua presa" ou problemas auditivos.

O que é Disfasia? Um Transtorno Mais Profundo da Linguagem

A disfasia, também conhecida como Transtorno do Desenvolvimento da Linguagem (TDL), é uma condição mais complexa. Ela não afeta apenas a produção dos sons, mas a capacidade de compreender e/ou expressar a linguagem como um todo. A criança com disfasia tem dificuldades em organizar o pensamento em palavras e frases, e também pode ter problemas para entender o que lhe é dito.

  • Características Principais:
    • Dificuldade de expressão: Vocabulário pobre, dificuldade em formar frases coerentes, uso de frases curtas e gramaticalmente incorretas.
    • Dificuldade de compreensão: Problemas para entender instruções, perguntas ou narrativas.amenteemaravilhosa.com.br
    • Não é justificada por deficiência intelectual, auditiva ou dano cerebral evidente (na forma de e desenvolvimento).

Em resumo, enquanto a dislalia é um problema na "saída" do som (articulação), a disfasia é um problema no "processamento central" da linguagem.

O Papel da Escola na Detecção

O professor está em uma posição privilegiada para observar o desenvolvimento da comunicação da criança no dia a dia e em interação com os pares. A detecção precoce é crucial para o sucesso da intervenção.

Sinais para observar em casos de possível DISLALIA:

  • Persistência de "fala infantilizada" após os 4 ou 5 anos.
  • Trocas, omissões ou distorções de sons que são consistentes e não melhoram com o tempo.
  • A criança demonstra entender tudo, mas sua fala é de difícil compreensão para colegas e adultos.
  • A dificuldade não parece afetar sua capacidade de aprender outros conteúdos, embora possa impactar a alfabetização (troca de letras na escrita).

Sinais para observar em casos de possível DISFASIA:

  • Atraso significativo para começar a falar em comparação com os colegas.
  • Vocabulário muito limitado para a idade.
  • Dificuldade em seguir instruções com mais de uma etapa.
  • Uso de frases muito simples e curtas, ou dificuldade em conectar ideias ao contar um fato.
  • Parece "não entender" ou "se distrair" com frequência, especialmente em atividades que dependem da linguagem oral.
  • Dificuldade em interagir socialmente, podendo levar ao isolamento por não conseguir se comunicar de forma eficaz.

O que fazer ao identificar os sinais?

  • Observar e Registrar: O professor deve documentar exemplos específicos das dificuldades da criança, sem fazer diagnósticos. Anotar as trocas de sons, as dificuldades em seguir instruções e como isso afeta a interação e a aprendizagem.
  • Conversar com a Família: Chamar os pais ou responsáveis para uma conversa acolhedora. Apresente as observações (não como um problema, mas como um ponto de atenção) e sugira a busca por uma avaliação profissional.
  • Encaminhamento Profissional: A avaliação de um fonoaudiólogo é essencial para um diagnóstico preciso. Dependendo do caso, uma avaliação com um neuropediatra e um psicopedagogo também pode ser necessária para uma investigação completa.

A escola, ao atuar como uma observadora atenta e parceira da família, desempenha um papel insubstituível na criação de uma rede de apoio que permitirá à criança superar suas dificuldades e desenvolver todo o seu potencial.

 

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