A Disortografia caracteriza-se como uma dificuldade específica de aprendizagem da escrita, relacionada à ortografia, que são as regras de escrita. Pode ocorrer sozinha ou associada à dislexia (dificuldade na leitura e compreensão de textos) ou ainda à disgrafia (problema perceptivo-motor na formação das letras e dos números), sendo identificada em crianças entre 6 e 9 anos de idade.
Escrever é um processo que exige muitas habilidades e funções cerebrais, incluindo::habilidades motoras finas; percepção espacial (capacidade de perceber o espaço ao seu redor); codificação ortográfica (capacidade de formar, armazenar e lembrar letras, números e símbolos); memória de trabalho (capacidade de reter e manipular informações na mente); processamento de linguagem.
Pode-se perceber a disgrafia quando a criança ou adolescente troca letras com sons parecidos, omite letras ou sílabas, adiciona letras ou sílabas (muitas vezes, formando palavras inexistentes), dificuldade na aplicação de regras gramaticais como uso de plurais, conjugação verbal, dentre outras; em muitos casos, há lentidão na escrita.
Estas trocas não são causadas por “preguiça” ou falta de atenção: sua base é neurológica. A dificuldade em escrever, que é a principal característica da disgrafia, está relacionada a disfunções em áreas cerebrais responsáveis pela coordenação motora fina, processamento da linguagem e memória.
As principais causas podem estar associadas à alterações no processamento fonológico e visual; com origens genéticas ou neurológicas, assim como fatores emocionais e pedagógicos.
Seu diagnóstico demanda vários profissionais como fonoaudiólogo, neuropsicólogo e psicopedagogo.
O tratamento demanda intervenção psicopedagógica e de outros profissionais, com atividades lúdicas, com ou sem o uso de tecnologias e adaptações de materiais.
Melanie Grunkraut